Foram confirmadas até o momento a morte de nove pessoas na comunidade de Paraisópolis, por pisoteamento, em decorrência de uma confusão iniciada após ação policial em um baile funk. O caso ocorreu na madrugada deste domingo (1) e o número de feridos atendidos pelas unidades de saúde chega a vinte pessoas. Após a divulgação de vídeos em que policiais aparecem agredindo um homem já rendido, a ação da PM vem sendo questionada – o assunto, está entre os mais comentados no Twitter nesta tarde.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, a Operação Pancadão tem sido periodicamente realizada em toda a capital “para garantir o direito de ir e vir do cidadão e impedir a perturbação do sossego, fiscalizando a emissão de ruídos proveniente de veículos”. Em coletiva realizada nesta tarde, o tenente-coronel Emerson Massera, porta-voz da Polícia Militar de São Paulo, afirmou que a ação em Paraisópolis era mais uma atividade de rotina e ocorreu simultaneamente a outras na capital.
Segundo ele, os vídeos foram recebidos e as imagens estão incluídas no inquérito. “Não temos certeza que tudo tenha acontecido nesta madrugada. Algumas imagens nos sugerem abuso, ação desproporcional. Evidentemente, o rigor vai responsabilizar quem cometeu algum excesso, algum abuso. O relato que temos é que os policiais, para conseguirem recuar, fizeram uso de munições químicas, mais oito disparos de balas de borracha”, explicou o porta-voz.
Sobre o início da confusão – Seis policiais destacados para o patrulhamento na região de Paraisópolis perseguiam dois homens em uma moto. Na versão da polícia, os fugitivos atiraram contra os PMs e entraram na área em que ocorria o baile funk, onde estavam cerca de 5 000 pessoas. “A fuga foi breve. Eles entraram na comunidade atirando contra os policiais. A moto ainda não foi apreendida, nem os indivíduos foram presos”, detalhou Massera. “Os criminosos usaram pessoas que frequentavam o baile como escudos humanos. Pessoas foram em direção aos PMs arremessando pedras e garrafas. A atuação dos PMs foi de proteção aos policiais”, continuou.