Uma parte dos leitores se mostrou insatisfeita com o fato de VEJA SÃO PAULO retratar na reportagem “Os sultões dos camarotes” (6 de novembro), sem nenhum tipo de julgamento, um comportamento que é comum entre um grupo de milionários na noite paulistana. Por mais ultrajante que isso possa soar para alguns, o fato de ter gente gastando 50 000 reais em uma noitada é um assunto de interesse jornalístico. A seguir, uma seleção dos comentários enviados para a revista, deixados no site e em nossos posts relativos à matéria no Facebook.
Lendo a excelente reportagem do jornalista João Batista Jr., senti uma confusão de sentimentos: pena, nojo e dó. Pensei nas meninas que aparecem junto com esses caras. Que geração estamos formando? Pensei nos bancos clientes desse cidadão, com o perdão do emprego da palavra: será que já cancelaram os contratos? Pensei ainda na boate Kiss quando vi no vídeo essa quantidade de garrafas em chamas. Qual a opinião dos proprietários das casas sobre esse showzinho oferecido por eles? Por fim, pensei ainda no objetivo disso tudo. Apesar de carrões, dinheiro, bebidas e grifes, essas pessoas, protagonistas ou coadjuvantes, são solitárias. Só tenho a lamentar, e parabenizar a revista por provocar essa discussão. Christina Souza
Uma pena que, com tantos assuntos de maior relevância na capital, VEJA SÃO PAULO dedique sua capa e algumas páginas da última edição a pessoas exibicionistas e esbanjadoras de dinheiro,que culturalmente não nos acrescentam nada. Murilo Paes Aur
Eu me espantei ao ver como uma publicação do nível desta revista pode dar tamanho destaque à futilidade de endinheirados. Na verdade, o que se nota é que determinadas pessoas são tão pobres que a única coisa que possuem é o dinheiro. Antonio Ferraz
A reportagem de capa ilustrou muito bem o retrato da sociedade moderna: superficial. Juliana de Fátima Silva
Não tenho nada contra dinheiro, ao contrário, adoro! Também não tenho nada contra aqueles que gastam o seu dinheiro do jeito que bem entendem, pois eles não são obrigados a fazer caridade, tampouco ser ecológica e politicamente corretos. O que me assusta é ser ele, e apenas ele (o dinheiro), o único meio de aproximação entre as pessoas. Raquel Nincao
Todas as matérias sobre os esbanjadores me surpreendem. Vejo nessa, especificamente, a absoluta falta de noção do ridículo, numa atitude poderosa reforçada por meninas em busca de vantagens. Contudo, a brutalidade da sua leitura se acentua com o antagonismo da matéria seguinte, sobre a Paulistana Nota Dez Tatiana Piccardi. Parabéns a VEJA SÃO PAULO por seu sutil contraponto. Caroline Parsit Vivone
Em apenas oito páginas da Vejinha, da 50 à 60, conseguimos ler e não compreender os polos opostos da natureza humana. Enquanto uns gastam fortunas em boates, outros pedem doações para manter transporte gratuito para pessoas com câncer. É a vida. José Crivelaro
Acabei de ler a nossa querida Vejinha. É triste e preocupante ver jovens tão perdidos, tão levados unicamente por aparências. Esses pobres ricos compram champanhe ao barris trazendo junto mulheres, inveja e exibicionismo. Paguem o que quiserem, não comprarão nunca amor ou amizade sinceros. A tristeza que eu senti sumiu ao virar apágina e ver o relato de Tatiana Piccardina, seção Paulistana Nota Dez. Maria de Carvalho Contrera
É claro que existe toda a questão da desigualdade, mas o dinheiro é dele, gaste como quiser. A escolha de se expor também foi dele. André Teodósio
Parabéns pela matéria que retrata, sim, um comportamento sabidamente comum, ainda que pareça um tanto quanto doentio. Não duvido, nem por um momento, que Alexander esteja apavorado com uma possível e necessária investigação por parte da Receita Federal. Marcelo Costa
Camarote é a coisa mais brega do mundo. Elaine Lala
No black bloc da ostentação, o molotov é de espumante. Luis Arthur Lobo
O que há de errado em fazer matérias desse tipo? A revista está mostrando um rosto da sociedade, e não fez julgamentode valor. Joir Eduardo
É muito desestimulante testemunhar a volúpia e ousadia com que os governantes avançam sobre o bolso dos indefesos “contribuintes” — termo muito infeliz para se referir aos cidadãos surrupiados (“O prefeito riu por último (e agora a conta é nossa)”, 6de novembro). O aumento inconsequente do IPTU em São Paulo, por parte do prefeito recém-eleito, expõe a total falta de sensibilidade de nossos políticos para a realidade de sua população, sem nenhuma contrapartida. Em um momento no qual o governo federal eleva a taxa de juros para tentar segurar a escalada de preços e a inflação, o prefeito atua na contramão, extrapolando o aumento do IPTU dos imóveis comerciais, que evidentemente deverá ser repassado ao pobre (cada vez mais) consumidor paulistano. Pergunta: quem nos protege desses sangues sugas? Roberto Meir
O prefeito de São Paulo e seus vereadores coligados não têm dificuldade para governar a cidade. A população quer passe livre, e destrói o patrimônio público e privado? Sem problemas, todos os cidadãos estão convocados a pagar, com prazer, mais impostos. Mauro Asperti
O aumento do IPTU será de novo abusivo. De 1996 até hoje, a elevação foi de 376% (e não está aqui embutido esse último aumento). Por aí passaram PT, PSDB e DEM. É um trabalho de destruição de São Paulo. Em todos os níveis, municipal, estadual e federal. Trabalho na Zona Leste e sou médico. Atendo a convênios. Como é possível manter uma empresa caminhando com esses aumentos absurdos? Nada no país subiu nesse patamar estratosférico, a não ser os impostos. Estão inviabilizando a cidade. Lucio Tadeu Figueiredo
Eu também pagaria com alegria meu IPTU se em troca pudesse caminhar ou dirigir tranquilamente pelas ruas de São Paulo, se meu carro fosse poupado dos danos causados pelas péssimas vias, se houvesse linhas de metrô e ônibus de qualidade e em quantidade suficiente para que eu dirigisse menos e não tivesse de respirar todo dia tanta poluição de caminhões velhos sem vistoria. É fácil falar, para quem anda com segurança, carro blindado e helicóptero! Adalgisa Garcia
Ótima a reportagem sobre alimentação infantil (“Supernanny da papinha”, 6 denovembro). As dicas de Mayra e Camila podem ser facilmente aplicadas por qualquer mãe. E elas são a prova de que a falta de tempo não é desculpa para negligenciar a alimentação das crianças. Maria Pia Bastos Buchheim
Parabéns a VEJA SÃO PAULO pela sensibilidade de apresentar toda semana pessoas que realmente fazem a diferença neste país. Exemplos como o de Tatiana Piccardi devem ser replicados e apoiados pela sociedade. Silvina Isabel Lanzana
A seção Paulistano Nota 10 é a minha dose de energia para enfrentar a semana, pois é muito bom constatar que existem pessoas que não perderam seus valores e ainda se empenham em construir um mundo melhor. A luta de Tatiana Piccardi é inglória, pois ela trabalha com um conceito político do termo “transporte coletivo público”. Tenho observado que trabalhadores (não é esse o termo justo?) que são funcionários de empresas que mantêm transporte coletivo para seus colaboradores são excluídos das faixas de ônibus, assim como as vans escolares e as vans que transportam pessoas deficientes físicas e doentes. Fica a pergunta: qual o conceito de transporte público utilizado pela atual gestão do município? Edimara de Lima
Toda rivalidade sadia é bem-vinda, e essa dos estádios é boa (“Rivalidade concreta”, 6 de novembro). No quesito localização, o Palmeiras está ganhando por larga margem, mas no quesito povão o Corinthians leva. A única coisa é o Corinthians contar com a ajuda de um tal de Roberio de Ogum. Se pai de santo resolvesse partidas, o Bahia sempre seria campeão. Asdrubal Gobenati
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