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O que se sabe sobre o Caso Vitória até agora

Sete homens são investigados, entre eles o ex-namorado, que apresentou depoimentos inconsistentes; Caso pode estar ligado ao PCC

Por Laura Pereira Lima
Atualizado em 7 mar 2025, 12h34 - Publicado em 7 mar 2025, 11h06
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 (Facebook/Reprodução)
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Vitória Regina de Souza, de 17 anos, desapareceu no dia 26 de fevereiro, em Cajamar (SP), enquanto voltava para casa do trabalho. Seu corpo foi encontrado em um matagal uma semana depois, com a ajuda de cães farejadores. Ela estava sem roupas, lesionada, com afundamento na cabeça e cabelo rapado. O pescoço estava profundamente cortado, próximo a uma decapitação.

Na quinta (6), o delegado Seccional de Franco da Rocha, Aldo Galiano Junior, responsável pelo caso, deu uma entrevista coletiva. Veja o que se sabe do caso até agora. Nesta sexta-feira (7), a polícia realiza diligências para investigar o caso.

Circunstâncias do crime

Vitória trabalhava em um restaurante dentro de um shopping de Cajamar e utilizava dois ônibus para voltar para casa. No dia do desaparecimento, ela agiu de maneira estranha ao encontrar uma amiga no ponto, sendo ríspida. Durante a viagem, trocou mensagens com outra amiga, relatando que duas pessoas estranhas estavam no ônibus e a seguiam. Quando uma dessas pessoas desceu, Vitória avisou que o perigo havia passado. O outro homem permaneceu no ônibus até o ponto final, onde Vitória desceu e seguiu para casa, passando por uma estrada de terra bem escura, segundo o delegado. 

“Nossa tese é de que ela saiu do shopping, foi pegar o ônibus, a partir daí foi seguida. O homem que ficou no ônibus estava com celular e poderia ter informado o ponto onde ela desceu”, afirmou Galiano.

O corpo foi encontrado em estado de decomposição, indicando uma morte há 4 ou 5 dias. Ela estava desaparecida há 7, e, pelas antenas, a polícia localizou que seu celular esteve em um local longe da cena do crime e da deposição do corpo, o que levanta a hipótese de que ela tenha sido mantida em cativeiro. Outro indício é que a aorta foi seccionada, o que provocaria muito mais sangue do que a quantidade encontrada no local, indicando que o crime foi executado fora do local de desova.

O delegado entende que, devido à crueldade do crime, com certeza foi movido por vingança. “Não acredito que tenha sido um crime passional”, completa, “houve todo um transporte de corpo, uma movimentação Isso é uma coisa planejada. Então, a gente pode ser uma vingança com ou sem facção criminosa”.

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Investigados

Por enquanto são sete principais investigados: um homem de 26 anos com quem vitória teve um relacionamento desaprovado pela família que durou quatro meses e acabou cerca de um mês antes do desaparecimento; um amigo de infância com quem ela se relacionava periodicamente, os dois homens que a seguiram dentro do ônibus e dois homens que a assediaram na rua e depois entraram na favela. Segundo Galiano, um deles tem antecedentes criminais. O delegado não especificou qual. “O primeiro passo para achar um suspeito é estabelecer se essas pessoas tinham uma ligação”, pontuou.

Há, ainda, um outro investigado, que é o titular do carro encontrado nos arredores do crime. O veículo era usado por um suspeito amigo do titular. O homem, que morava próximo à casa de Vitória, desapareceu no início das investigações e não prestou depoimento à polícia.

Envolvimento do PCC

Vitória foi encontrada com o cabelo raspado e isso levantou alertas sobre a participação da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) no caso. “Raspar o cabelo é característico, usado para mandar um recado. Fazem isso quando a pessoa traiu alguém do PCC”, explicou Galiano. Outra evidência é que um integrante da organização foi preso há 4 meses na região, o que indica a presença de célula do PCC na área do crime.

“A crueldade foi tanta que a pessoa precisa ter um estômago para fazer aquilo, uma pessoa normal, não teria estômago para fazer o que fizeram”, compartilhou Galiano. “Mas nada ainda que vincule PCC no crime, são teses que estamos levantando”.

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Contradições no relato de ex-namorado

A polícia solicitou a prisão temporária do ex-namorado por volta das 19h de quarta (6), mas o pedido foi indeferido pelo juiz, e Gustavo não foi detido. Ele se apresentou espontaneamente à delegacia, alegando estar se sentindo coagido e inseguro. Ele segue na delegacia.

O delegado responsável pelo caso apontou contradições no depoimento do jovem. Ele afirmou estar com uma jovem de 17 anos no momento do desaparecimento de Vitória, entre 00h15 e 00h30. No entanto, às 00h35, o carro dele foi visto próximo ao local do crime. O veículo está sendo periciado. O ex alega que o emprestou a um amigo. No carro, foi encontrado um fio de cabelo, que está sob análise.

Momentos antes do crime, Vitória enviou uma mensagem para o ex-namorado pedindo carona do ponto final até sua casa, pois estava com medo. Ele afirmou à polícia que só viu a mensagem às 4h da manhã, pois estava impossibilitado de usar o celular, por estar com outra menina. No entanto, antes desse horário, o pai de Vitória já havia enviado mensagens perguntando sobre o paradeiro da filha, e ele abriu essas mensagens antes das 4h.

“Ainda trato ele como investigado, não suspeito. Mas com certeza ele sabia de alguma coisa, porque caiu em contradição”, disse Galiano.

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O relacionamento de Vitória com o jovem era amplamente criticado pela família. O pai da jovem chegou a abordar o então namorado pedindo que se afastasse, porque, segundo o pai, ele era um mau elemento e se envolvia com marginais.

Relação com a família

O relacionamento de Vitória com a família estava conturbado. A jovem ia sair de casa para morar com a irmã, mais perto do trabalho, o que gerou brigas.

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