Nova administração do Villa-Lobos, Cândido Portinari e Água Branca prepara novidades
Aquário renovado e restaurantes estão entre as propostas
Parques que recebem mais de 14 milhões de visitantes ao ano, VillaLobos, Cândido Portinari e Água Branca devem passar por muitas mudanças nos próximos meses, o que inclui o reforço dos serviços já realizados e também novidades como um novo aquário para o Água Branca, criação de área de esportes de praia no Cândido Portinari e no Villa- Lobos e restaurantes com cardápios assinados por chefs renomados. A criação de um splash park (área molhada) e ainda a volta de grandes torneios de tênis também estão na lista.
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Quem está à frente da empreitada é a concessionária Novos Parques Urbanos, que no dia 31 de março venceu o leilão para assumir a gestão das áreas, oferecendo a proposta de 62,7 milhões de reais. Desse total, 74,8% (46,9 milhões de reais) serão destinados logo nos primeiros seis anos de contrato, que começa no dia 1º de setembro e tem duração de trinta anos. “A ideia é antecipar tudo o que puder ser feito antes”, afirma Eduardo Rigotto, diretor de operações da LivePark, que integra o grupo de empresas responsável pelo consórcio.
R$ 62,7 milhões
foi o valor ofertado pela concessionária Novos Parques Urbanos
para assumir a gestão dos parques
A nova gestão terá dois momentos. No primeiro, a prioridade é atender à zeladoria, o que inclui obrigações básicas, como limpeza, vigilância e manutenção de todos os setores, e ao mesmo tempo já planejar a modernização das estruturas existentes, que preveem melhorias na iluminação, estacionamento, banheiros, bebedouros e monitoramento eletrônico. Rigotto explica que tudo será feito em fases, de modo a não atrapalhar a visitação.
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Um dos destaques será o novo sistema de vigilância eletrônica no Villa-Lobos, dotado de 100 câmeras. Num segundo momento, que demandará projetos que precisam de aval de órgãos públicos e ainda do conselho gestor de cada um dos parques, estão as ideias que podem resultar em novos espaços e atrações, como a já anunciada exposição Monet à Beira d’Água, prevista para outubro e que deve arrastar multidões ao Villa-Lobos.
As novidades também servirão como fonte de receitas para os concessionários, que poderão explorar a publicidade dentro dos espaços. No Cândido Portinari, que fica ao lado do Villa-Lobos, a ideia é ampliar a área para esportes de areia, hoje restrita a apenas duas quadras de vôlei de praia, e permitir que as pessoas possam praticar outras atividades, como beach tennis, frescobol e futevôlei.
Outra proposta é ampliar os acordos já existentes com as empresas de material esportivo e de saúde, diversificando as opções oferecidas por lá. A área de 50 000 metros quadrados, que atualmente recebe atrações de grande porte, como o Cirque du Soleil, passará por uma remodelação.
Outro anseio dos novos administradores e que já está sendo negociado é o de voltar a sediar grandes eventos de tênis, aos moldes do Aberto de São Paulo, que tornou o Villa-Lobos referência do esporte na capital de 2001 a 2014 e que motivou a criação de quadras de piso rápido, algumas delas usadas atualmente por projetos sociais que ensinam a modalidade para as crianças, atividades que serão mantidas. Um splash park para refresco durante os dias de calor e tornar permanente a atração de infláveis gigantes também estão no radar.
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Outra grande mudança por lá será em relação às opções de alimentação. Atualmente, quase todas estão localizadas na entrada do parque, antes dos portões. Elas ficam ali por um motivo simples: não há infraestrutura de energia elétrica nem ramais de distribuição de água para que se instalem dentro do parque. Assim que conseguirem resolver essas questões, a ideia é espalhar as opções gastronômicas para todos os bolsos dentro do parque.
Já no Parque Doutor Fernando Costa, mais conhecido como Água Branca, os prédios ociosos poderão vir a ser ocupados, o que permitirá novos usos e atrações. Rigotto afirma já ter recebido vários interessados em explorar comercialmente os locais, propostas que partiram, por exemplo, de chefs com planos de montar seus restaurantes dentro dos espaços.
Ele afirma que ainda não pode revelar os nomes dos interessados, mas diz que esse tipo de ocupação é bem-vinda, entretanto, ainda carece de estudos, sobretudo pela situação de setenta estruturas existentes, muitas delas tombadas. Desse total, ao menos trinta prédios estão desocupados. Embora muitos desses espaços estejam em bom estado de manutenção, outros necessitam de reparos.
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O Água Branca também terá um novo aquário, já que o atual está defasado e fechado para visitação do público. A proposta é repaginá-lo para que possa ser uma nova atração para os visitantes.
Questionado a respeito das atividades atuais, que incluem, entre outras, o café caipira na Casa do Caboclo, servido aos sábados e domingos ao som de música caipira; baile da terceira idade; cursos de equitação; museu do Instituto Geológico; e ainda a feira de orgânicos, o executivo afirma que, por ora, nenhuma será extinta. Entretanto, não descarta rever os acordos, já que alguns exploram atividades comerciais sem pagar pela ocupação do espaço.
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Publicado em VEJA São Paulo de 01 de setembro de 2022, edição nº 2804