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Morre o arquiteto Paulo Mendes da Rocha aos 92 anos

Vencedor do Prêmio Pritzker, em 2006, foi responsável por projetos como a reforma da Pinacoteca e o Ginásio Antônio Prado Júnior

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 23 Maio 2021, 15h39 - Publicado em 23 Maio 2021, 14h15
Paulo Mendes da Rocha
Paulo Mendes da Rocha (Ricardo D'Angelo/Veja SP)
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O arquiteto Paulo Mendes da Rocha morreu na madrugada deste domingo (23) aos 92 anos. O falecimento foi confirmado por seu filho, Pedro Mendes da Rocha e a causa da morte não foi divulgada, mas Paulo tratava de um câncer no pulmão.

Em postagem no Facebook, Pedro escreveu:  “Depois de tanto projetar edifícios em concreto e aço, meu pai foi projetar galáxias com as estrelas!”. 

Filho de Paulo Menezes Mendes da Rocha, engenheiro de portos e diretor da Escola Politécnica da USP, o arquiteto nasceu em Vitória, em 25 de outubro de 1928. Em 1954, formou-se em Arquitetura & Urbanismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Aos 29 anos, assumiu seu primeiro grande projeto, assinando o Ginásio do Clube Atlético Paulistano, que lhe rendeu o Grande Prêmio Presidência da República na 6ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1961. 

No mesmo ano, começou a dar aula na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU-USP), lá foi perseguido pela Ditadura Militar em 1969, sendo afastado do cargo, retornando apenas em 1980 após anistia. Junto de Vilanova Artigas e Fábio Penteado, assinou o projeto do Conjunto Habitacional Zezinho Magalhães Prado, o Parque Cecap, moradia popular com 4.680 apartamentos, em Guarulhos, seguindo a linha paulista brutalista, da qual fazia parte.

Em 1988, deu início às obras do Museu Brasileiro de Escultura (MuBE), instalado no Jardim Europa e inaugurado em 1999, pelo qual recebeu o prêmio Mies van der Rohe de Arquitetura Latino-Americana no mesmo ano.

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Nos anos 90, assumiu grandes construções no centro da capital paulista, como a Praça do Patriarca, em 1992, e a reforma da Pinacoteca de São Paulo, em 1993. Por esta última, levou pelo segundo ano consecutivo o Mies Van der Rohe de Arquitetura Latino-Americana em 2000.

Em 2006, recebeu a honraria mais importante da categoria, o Prêmio Pritzker, sendo o segundo brasileiro a ganhar o “nobel da arquitetura” ao lado de Oscar Niemeyer, em 1988.

Junto de seu filho Pedro, projetou o Museu da Língua Portuguesa em 2006, o qual passou por um grande incêndio em 2015, mas foi restaurado com o auxílio da dupla.

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A capital portuguesa Lisboa foi a única cidade fora do Brasil a abrigar uma obra de Paulo, que desenhou a nova sede do Museu Nacional dos Coches aberta ao público em 2015.

O último grande projeto concluído pelo arquiteto foi a construção do Sesc 24 de Maio, inaugurado em 2017 no centro da cidade, com treze andares, espelho d’água, piscina na cobertura e concreto aparente em toda a estrutura. Dois de seus desenhos seguem inacabados por problemas financeiros e governamentais, o Cais das Artes, em Vitória, e a Praça dos Museus da USP.

Em setembro do ano passado, Mendes da Rocha doou seu acervo pessoal (cerca de 8 mil desenhos, 3 mil fotografias e slides e um conjunto de maquetes) para a Casa da Arquitectura, em Portugal. A decisão gerou polêmica, com pedidos da FAU-USP para receber a coleção negados.

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