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Moradores reclamam de centro social em Santa Cecília

População afirma que é contra a 'pilantropia' e não aceita centro de atendimento a moradores de rua

Por Redação Veja São Paulo
Atualizado em 5 dez 2016, 15h56 - Publicado em 5 jun 2013, 13h52

Moradores entregaram às autoridades abaixo-assinado contra a instalação de um centro de atendimento a pessoas de rua em Santa Cecília. O encontro aconteceu na noite de terça-feira (4) e contou também com representantes de Higienópolis. Eles acreditam que a instituição irá atrair mais usuários de drogas para a região e pedem que a unidade do Centro Social e Promocional Paulo VI, ligada à Igreja Imaculado Coração de Maria, não ocupe um sobrado na Rua Imaculado Coração.

“Somos contra a pilantropia que estão fazendo aqui no bairro. O trabalho de promoção social é bem vindo, mas é preciso uma resposta para a população que paga imposto”, disse Fábio Fortes, presidente do Conseg Santa Cecília. “Eles escolheram estar nas ruas e não a gente.”

O argumento do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) – e da maioria dos vizinhos – é que a presença de moradores de rua é responsável pelos casos de violência. Na segunda-feira (04), o auxiliar Eduardo Paiva, de 39 anos, foi morto na Avenida Higienópolis depois de uma tentativa de roubo. Os assaltantes, que estavam de moto, atiraram depois que Paiva reagiu ao assalto. 

Palavras como “pilantropia”, “nóias” e “violência” foram usadas constantemente na reunião, que contou com a presença do major Genivaldo Antonio da Polícia Militar, do subprefeito da Sé Marcos Barreto, e de Edison Ferreira da Silva, chefe de gabinete da Santa Casa de São Paulo. Apenas duas opositoras, que denominaram esta ideia de “processo de higienização”, tentaram se pronunciar, mas foram vaiadas. Uma delas, Marina Ganzarolli, teve o som do microfone cortado pela mesa, para que parasse de falar.

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“É muito fácil ignorar a situação que nos circunda e mandar para a periferia. É preciso analisar o que é interesse público e o que é interesse particular. A rua é um espaço público. Eu ouvi falar em ‘roubadores’ e ‘pessoas indesejáveis’. Essas pessoas são seres humanos como nós e estão na rua por problemas de distribuição de renda. Sem inclusão social, jamais sairão da rua. Não adianta expulsar os centros sociais daqui. Sobre as escolas próximas ao novo endereço, a diversidade também educa. Essa iniciativa é absolutamente higienista”, disse Marina, que é advogada.

O subprefeito da Sé Marcos Barreto, por sua vez, tentou ponderar os discursos. “Há algumas contradições no discurso de vocês. Ao mesmo tempo que dizem ser solidários aos moradores de rua, não querem os centros sociais. Mas para atender essas pessoas é preciso haver uma instituição. É uma realidade complexa. Entendo que o centro traz alguns desconfortos, mas é necessário justamente para retirar essas pessoas da rua.”

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