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“Com a experiência que tive posso ajudar a dirigir a cidade”, diz Erundina

Vice na campanha à prefeitura de Guilherme Boulos, do PSOL, a ex-prefeita afirma que tem a "vantagem de possuir um conhecimento maior" de São Paulo

Por Sérgio Quintella Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 27 nov 2020, 16h34 - Publicado em 2 out 2020, 00h44
 (Eduardo Anizelli/ Folhapress/Veja SP)
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Ex-prefeita da capital e atualmente no sexto mandato como deputada federal, Luiza Erundina de Sousa, 85, não sai de casa de jeito nenhum. Morre de medo do coronavírus. Aos 85 anos, já havia anunciado a aposentadoria, mas promessa de jogador de futebol e político sempre esbarra no próximo compromisso. Antes de concorrer a vice este ano na candidatura de Guilherme Boulos, do PSOL, tentou retornar à cadeira de prefeita por quatro vezes. Em uma delas, em 2004, o posto de número 2 foi assumido pelo então deputado federal Michel Temer.

Não seria estranho uma ex-prefeita sentar na cadeira de vice?

De jeito nenhum. Com a experiência que tive, posso ajudar nosso prefeito, se chegarmos lá, a dirigir a cidade. Moro aqui há 50 anos. Já fui vereadora, deputada estadual. Tenho vantagem de possuir um conhecimento maior, por ter vivido esse tempo todo.

A senhora já tinha anunciado a aposentadoria. O que lhe fez voltar atrás?

Eu não tinha saída. O Boulos condicionou a candidatura dele ao meu aceite ao cargo de vice.

A sua gestão enfrentou grande resistência na Câmara Municipal. Como seria desta vez?

Não vai ser diferente. A menos que tenhamos uma composição em um eventual segundo turno. Nesse sentido teríamos de fato vereadores na Câmara num número maior do que eu tive. Ter minoria é sempre um problema e eu governei quatro anos assim. Mas consegui implantar políticas de moradia, cultura, saúde, transporte.

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Luiza Erundina e Guilherme Boulos
(Fotos: Eduardo Anzielli/Folha Press/Divulgação)

Por falar em transporte, a campanha do PSOL quer reviver o seu projeto de tarifa zero no transporte. É viável em um momento de queda de arrecadação por causa da crise?

É possível nos termos que projetamos. No dia 28 de setembro fez 30 anos do dia que encaminhei o tarifa zero. E naquele momento nem o PT tinha compreensão da proposta.  Havia preconceitos. Mas a nossa proposta incluía criar um fundo para gerar recursos a partir de um adicional de IPTU, que não era grande.

E hoje, a proposta é usar os recursos do IPTU como fonte?

IPTU é uma delas. A outra seriam impostos federais.

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O Guilherme Boulos disse que o ex-prefeito Haddad deixou a desejar na periferia. A senhora também acha isso?

Esse foi um erro do Haddad. O outro foi ter se aliado ao Paulo Maluf. Eu ia ser vice na chapa dele, mas vi aquela festa no jardim, o Maluf passando a mão na cabeça dele, ao lado do Lula. Retirei minha candidatura sem consultar o partido. Quanto à periferia, Haddad não foi atencioso, não. Deixei uma escola em Interlagos, ao lado do autódromo, uma escola de mecânica de automóveis. Funcionou lá por 25 anos. Eles formaram 3.000 mecânicos. Alguns deles têm oficinas, outros estão na indústria, outros foram para o Japão. Eles viviam na favela no entorno. E os poderosos do esporte conseguiram a façanha de tirara a escolinha. Começou no governo Kassab e terminou na gestão Haddad.

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O eleitorado do Boulos é mais escolarizado. A campanha vai conseguir chegar nas áreas mais vulneráveis?

Por enquanto é isso. Lamentavelmente eu não posso estar pessoalmente. Sou muito conhecida nos lugares mais remotos.

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A senhora não sai de casa de jeito nenhum? Não vai sair em nenhum momento para fazer campanha?

Só participo virtualmente. A gente está pensando em uma forma de sair de casa. Estamos estudando um meio. Mas não vou me expor. Se você tiver uma ideia, contribua.

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Publicado em VEJA SÃO PAULO de 7 de outubro de 2020, edição nº 2707.  

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