José Dirceu é preso durante nova fase da Lava-Jato
Ex-ministro do governo Lula é acusado de receber propinas em forma de consultoria para empresas com contratos com a Petrobras
Ex-homem forte do governo Lula, José Dirceu foi preso na manhã desta segunda-feira (30) em Brasília, durante mais uma fase da Operação Lava-Jato, que investiga suspeita de corrupção na Petrobras.
Desde as 6h, a Polícia Federal cumpre a 17º fase da Lava-Jato. Durante todo o dia serão cumpridos 40 mandados de judiciais (três de prisão preventiva, cinco de prisão temporária, 26 de busca e apreensão e seis de condução coercitiva, quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento). A 17º fase foi denominada de “pixuleco”, em alusão ao termo usado por autoridades para definir as propinas estabelecidas em contratos entre empreiteiras e estatais.
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O ex-ministro da Casa Civil tornou-se alvo da Lava-Jato após o lobista Milton Pascowitch, apontado como operador de propinas na Diretoria de Serviços da Petrobras, ter afirmado, em acordo de delação premiada, que Dirceu recebeu repasses por meio de sua empresa de consultoria, a JD Assessoria e Consultoria, já desativada.
A Polícia Federal incluiu a JD Assessoria e Consultoria em um grupo de 31 empresas “suspeitas de promoverem operações de lavagem de dinheiro” em contratos das obras da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco – construção iniciada em 2007, que deveria custar R$ 4 bilhões e consumiu mais de R$ 23 bilhões da Petrobras.
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O documento é o primeiro de uma série de perícias técnicas da Polícia Federal que apontam um porcentual de desvios na Petrobras de até 20% do valor de contratos. O porcentual é superior aos 3% apontados até aqui nas investigações da Operação Lava Jato, que incluía apenas a propina dos agentes públicos e políticos.
“Foi identificada movimentação financeira da ordem de R$ 71,4 milhões, tendo como origem Construções e Comércio Camargo Corrêa S/A e como destino as seguintes empresas, suspeitas de operarem lavagem de dinheiro: Costa Global Consultoria e Participações, JD Assessoria e Consultoria; Treviso do Brasil Empreendimentos e Piemonte Empreendimentos”, registra o laudo 1342/2015 presente nos autos da Lava Jato.
Mensalão
Em novembro de 2013, Dirceu foi preso por envolvimento no escândalo do mensalão. O ex-ministro cumpriu onze meses de prisão na Papuda, em Brasília, e foi liberado, no final de 2014, para responder pelo restante da pena (mais sete anos e onze meses) em casa.
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Dirceu foi apontado como o cabeça do esquema de compra de apoio político no Congresso durante o primeiro mandato do ex-presidente Lula. (com Estadão Conteúdo)