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Esposa de piloto que morreu diz que pode ter ocorrido falha mecânica

Segundo Michele Spuldaro, informações extraoficiais indicam problemas no trem de pouso. Ela e Antonio Traversi fariam vinte anos de casados em outubro

Por Rosana Zakabi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 30 jul 2018, 15h31 - Publicado em 30 jul 2018, 15h25
Traversi e a esposa: quase vinte anos de casados (Reprodução Facebook/Veja SP)
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O gaúcho Antonio Traversi, de 50 anos, que morreu na noite de domingo (29) após a queda do bimotor que conduzia no Campo de Marte, na Zona Norte, era um dos dois pilotos contratados da fabricante de embalagens plásticas Videplast, dona da aeronave. Piloto há 32 anos, ele estava na empresa havia 18, e fazia voos em revezamento com seu colega.

Além de Traversi, outras seis pessoas da Videplast estavam a bordo e sobreviveram.

Natural de Pelotas, no Rio Grande do Sul, Traversi morava com a esposa, a advogada catarinense Michelle Andréia Spuldaro, 42, em Caçador, Santa Catarina, a 40 quilômetros de distância da sede da empresa, em Videira. “Era um marido maravilhoso. Faríamos vinte anos de casados agora em outubro”, lamentou ela em entrevista a VEJA SÃO PAULO. Eles não têm filhos.

Traversi é a terceira geração de uma família de pilotos. Seu avô e seu pai também tinham essa profissão. O gaúcho começou a pilotar aos 18 anos e tinha mais de 5 000 horas de voo. Foi professor de regulamentos de tráfego aéreo no aeroclube de Pelotas e instrutor de voo em Joaçaba, Santa Catarina. “Ele era apaixonado pelo que fazia. Eu perguntava: ‘Quando você vai se aposentar?’ E ele dizia: ‘Nunca, porque, se um dia fizer isso, eu morro’”, relembra Michelle.

O gaúcho, de acordo com a esposa, nunca passou por um apuro sequer no ar. “Era um exímio piloto, muito cauteloso”, disse ela. “Meu marido tinha um lema: se ocorresse qualquer percalço em algum voo, ele iria priorizar a vida dos passageiros em detrimento da dele. A segurança dos passageiros sempre estaria em primeiro lugar.”

Além de pilotar, Traversi tinha outras duas grandes paixões: correr de kart e torcer pelo seu time de coração, a Chapecoense. “O acidente sofrido pelo time mexeu muito com ele, na época. Acompanhamos cada detalhe da investigação”, contou a mulher.

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Segundo Michelle, a informação extraoficial que chegou à família é de que a queda da aeronave neste domingo pode ter ocorrido devido a um problema mecânico no trem de pouso. “Meu marido fez três arremetidas, e na quarta, não conseguiu. Uma das rodas teria saltado para fora e entortado. Mas ainda é suposição. Precisamos esperar a perícia oficial para ter certeza.”

O corpo de Traversi saiu de São Paulo na tarde desta segunda (30) e a previsão é de que chegue a Caçador entre 21h e 1h. O enterro deve ser entre 15h e 17h de terça (31).

Situação dos passageiros

O quadro das outras seis vítimas da queda da aeronave era estável na manhã desta segunda-feira (30). Dos sete ocupantes do avião, quatro foram arremessados para fora e três tiveram de ser retirados das ferragens. Traversi, que ficou preso nas ferragens, não resistiu aos ferimentos e morreu no local.

Agentes do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) estão no aeroporto nesta segunda realizando a coleta de dados, uma das etapas da perícia. O local seguia fechado para pouso de aeronaves no início da tarde. A pista de pousos e decolagens de helicópteros não chegou a ser interditada e seguia funcionando.

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Os seis feridos foram levados para hospitais na capital. Enzo Denardi e Geraldo Denardi estão internados no Hospital Santa Isabel, na região central, e, segundo a assessoria do hospital, estão “aos cuidados do grupo de trauma, estáveis e sem previsão de alta hospitalar”.

Benê Santos de Souza permanece internado no Hospital das Clínicas e seu estado de saúde é estável. Nereu Danardi foi levado para o Conjunto Hospitalar do Mandaqui, unidade do governo do Estado, na Zona Norte, Na manhã desta segunda-feira, foi transferido para o Hospital Israelita Albert Einstein (na Zona Sul).

Agnaldo Nunes da Silva está internado em uma unidade do Hospital São Camilo. Seu quadro é estável e não há previsão de alta.

De acordo com o Hospital SANP, Agnaldo Crippa sofreu politraumatismo secundário e está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O hospital informou que ele se encontra sob ventilação mecânica por causa de uma “inflamação importante de vias aéreas por inalação de grande quantidade de fumaça tóxica, fato que prejudica a capacidade de oxigenação nos pulmões”. Seu estado de saúde é estável, mas ainda requer cuidados intensivos.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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