Dia de greve provoca alta no número de faltas no trabalho, aponta estudo
Ao menos 30 000 pessoas estiveram ausentes durante paralisação em outubro
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Um estudo realizado com os dados de 3 600 empresas localizadas na capital paulista mostra uma alta no número de faltas no trabalho durante a última greve realizada no transporte público da cidade. Nesta terça-feira (28), São Paulo vive outra paralisação, que ocorre novamente como protesto aos planos de concessão de serviços públicos para a iniciativa privada do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos).
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Os dados foram levantados pela VR em companhias que utilizam o serviço da empresa de gestão de ponto. No dia 3 de outubro, data da paralisação que afetou linhas do Metrô e CPTM, 9 em cada 10 empresas registraram faltas de funcionários.
A alta nas ausências em comparação com dias de semanas anteriores foi de 5%: o número representa 30 000 pessoas que deixaram de trabalhar. “Quando olhamos para os horários, percebemos um pico entre os trabalhadores que precisam registrar o ponto entre as 4h e as 6h da manhã. 10% dos que precisavam bater ponto nesse horário, não bateram”, explica Hendrik Machado, 34, diretor-executivo de vendas digitais da VR, que tem clientes de segmentos variados, de pequenos comércios a multinacionais.
“Quando olhamos para o universo de 3 600 empresas, existe normalmente uma taxa de 15% a 20% no número de faltas (em relação ao total de funcionários). Esse número chega a mais de 25% no dia da greve”, explica Machado.
Os dados contemplam tanto empresas que exigem trabalho presencial quanto empresas que adotam o modelo híbrido. “Em dia de greve, muitas empresas adotam o regime a distância. Se não fosse assim, o índice de faltas poderia ser ainda maior”, afirma o diretor.
Nesta terça a capital chegou a registrar 630 quilômetros de lentidão às 8h, segundo dados da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Na semana passada, o índice foi de 593 quilômetros no mesmo horário.
Também durante a manhã o governador Tarcísio de Freitas se pronunciou sobre a paralisação e afirmou que as “desestatizações não vão parar, não adianta fazer greve com este mote […] não tem acordo”.