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“Tenho a sensação do dever cumprido”, diz mãe de quíntuplos

Karina Barbara Barreira, de 35 anos, teve alta nesta quinta (23); bebês já começam a ganhar peso

Por Nataly Costa
Atualizado em 5 dez 2016, 12h34 - Publicado em 23 abr 2015, 15h22
Quíntuplos
Quíntuplos (Veja São Paulo/)
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A encarregada de vendas Karina Barbara Barreira, de 35 anos, deixou nesta quinta-feira (23) o Hospital Sepaco, na Vila Mariana, onde deu à luz quíntuplos no dia 13 de abril. Ela teve hipertensão, anemia e febre e, por isso, ficou internada dez dias após o parto – antes do procedimento, precisou ficar hospitalizada por 36 dias porque a gravidez era considerada de alto risco.

Os bebês continuam na UTI neonatal e ainda devem permanecer no hospital por mais dois ou três meses, a depender da evolução de cada um. Com dez dias de vida, alguns ainda estão na fase de perder peso, o que é normal em prematuros (eles nasceram aos sete meses de gestação). 

Arthur, o único menino e o maior de todos, tem agora 1 170 quilo – 0,15 grama a menos do que quando nasceu. Melissa e Laís têm, respectivamente, 925 e 880 gramas. As únicas gêmeas idênticas do grupo são Gabriela (660 gramas) e Giulia, a menor, com 600 gramas – apelas ela, porém, ultrapassou o peso do nascimento. “Ela é a mais espevitada”, conta a pediatra Emanuele Figueira. 

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De acordo com os médicos, os recém-nascidos estão se desenvolvendo bem e acima do esperado. “Mas a situação ainda é de risco, inspira muitos cuidados”, explica o obstetra Raimundo Nunes, um dos chefes do departamento de ginecologia do Hospital Sepaco. Quando atingirem 1,8 quilo, os bebês podem sair da UTI, mas só deixarão o hospital com 2 quilos. A expectativa é que ganhem de 20 a 30 gramas por dia. “É impossível prever quem sairá primeiro e quando, às vezes os menores podem surpreender”, conta o também obstetra Carlos Del Roy. 

Nova rotina

Moradora de Santos, no litoral, Karina ficará os próximos meses hospedada na casa da irmã, na Zona Norte de São Paulo. Vai precisar fazer visitas diárias ao hospital para alimentar as crianças – como eles ainda não estão aptos a mamar, a alimentação é feita por meio de sonda. Arthur já consegue ingerir 9 mililitros de leite a cada três horas; as outras irmãs, entre 6 e 4 mililitros. Quando o leite materno de Karina não é suficiente, o hospital reforça com uma fórmula especial para prematuros.

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“Não faço ideia de como será a vida em casa, penso em um dia de cada vez. Agora, a etapa é essa, vir todo dia ficar com meus filhos”, conta a mãe. “Confesso que vou sentir falta do hospital, tava tão bom aqui”, brinca o pai, que pretende voltar para Santos e tentar arrumar um emprego.

Número cinco

Quando soube que seria pai de trigêmeos, Júnior ficou radiante; Karina, em choque. “Já estava me acostumando quando um novo ultrassom mostrou que não eram três, eram cinco. Eu agradeci a Deus e nessa hora quem ficou nervoso foi o Júnior, que começou a brigar com o médico”, diz a mãe. “Eles nasceram bem e com saúde. Minha sensação é de dever cumprido.” 

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O casal já brinca com o fato de terem pulado de uma família de dois para sete membros. “Ninguém vai chamar a gente para festas porque vai ser prejuízo. E também não vão querer ir no aniversário das crianças, porque serão cinco presentes”, diverte-se Júnior. “Tenho 35 anos, estamos há 15 juntos, foram cinco tentando engravidar e cinco filhos. Acho que esse é meu número da sorte.”

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