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Prefeitura desiste de desapropriar casas para construção de terminal

Medida atingiria cerca de 600 famílias que moram em 130 imóveis no bairro; moradores ficaram sabendo pelo Instagram que teriam que sair

Por Clayton Freitas
Atualizado em 16 fev 2023, 19h17 - Publicado em 16 fev 2023, 19h16
Foto de moradores segurando cartaz escrito "Não à desapropriação" no meio da rua no Jardim Vilas Boas
Moradores do Jardim Vilas Boas em protesto contra a desapropriação (Pedro Piai/Veja SP)
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A Prefeitura de São Paulo desistiu de desapropriar cerca de 130 imóveis que ficam no Jardim Vilas Boas, na Zona Sul, para construção do futuro terminal de ônibus do Jardim Miriam. Conforme revelou reportagem da Vejinha publicada em dezembro de 2022, os moradores ficaram sabendo pelo Instagram da medida.

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“Foi uma vitória”, afirma o professor Paulo Lima, 52, um dos moradores do bairro.

Foi ele quem leu o post publicado em setembro de 2022 pelo perfil “Foco no Jardim Miriam”, que traz notícias da região, informando a respeito da desapropriação, que colocaria abaixo a casa dele e de todos os seus vizinhos, muitos que moram na região há mais de 50 anos.

O decreto assinado pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) transformando 18 000 metros quadrados da região em área de utilidade pública foi publicado no dia 7 de julho. Desde então, os moradores não tiveram mais sossego. “Agora poderemos ficar tranquilos e saber que vamos continuar”, diz Lima.

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Além dos protestos locais, os moradores se reuniram e pediram ajuda para diversos políticos e conseguiram se reunir com a SPTrans (empresa que gerencia o transporte público da capital) para mostrar que existiam outras possibilidades e que a casa deles não precisava ser derrubada.

A última dessas reuniões ocorreu na quarta-feira (15), quando parte dos moradores foram recebidos por diretores e técnicos da empresa e o subprefeito de Cidade Ademar, Rogério Balzano.

“O projeto do terminal está mantido, em outro local, a ser divulgado posteriormente após novos estudos. A alteração de endereço visa minimizar o impacto das desapropriações, buscando uma área com quantidade menor de imóveis residenciais, mas que ainda atenda tecnicamente o projeto de implantação de um terminal de ônibus”, informa a nota emitida pela SPTrans.

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A reportagem apurou que a determinação para a mudança do local partiu do gabinete de Nunes, que teria se sensibilizado com as histórias dos moradores da região. Entre os moradores da região estão pessoas como Joanita Silva, 83, no bairro há sessenta anos, e Adolfo Sorge, 73, há 59 anos no Jardim Vilas Boas. “Meu pai trabalhava a semana toda e, de sábado e domingo, juntava a família para erguer essa casa. Foi muito sacrifício”, diz Joanita. “

Participação

A nota da SPTrans ressalta a importância da participação dos moradores, que, segundo a empresa, “tiveram participação fundamental no processo ao apresentar propostas e ideias para alternativas ao local original”.


Ainda sem local definido, o novo terminal deverá receber 220 mil passageiros e abrigar 20 linhas de ônibus.

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