Como transformar seu cão em modelo
Conheça o caminho que seu mascote deve percorrer para alcançar o estrelato

Com pouco mais do que cinco anos de carreira, Lancelot já apareceu em mais de 20 propagandas e editoriais de moda. Também foi estrela de quatro comerciais de televisão e participou da minissérie “Queridos Amigos”, da Rede Globo. Mas Lancelot não é um modelo tradicional. Com 6 anos de idade, 21 quilos e coloração caramelo, o beagle é o mascote da Cão Modelo, agência especializada em top models animais.
Fundada em 2006, a empresa surgiu por acaso. “Passeava com Lancelot na rua, quando uma equipe que gravava uma propaganda de uma marca de celulares perguntou se ele poderia participar do comercial. No dia seguinte, fomos para o estúdio”, conta Ana Paula Amaral, produtora fotográfica e criadora da agência. Ana Paula diz que já havia pensado em organizar um banco de dados com fotos e informações de animais de estimação para facilitar o trabalho dos produtores, mas nunca concretizara o sonho. O convite recebido por Lancelot foi o estímulo de que precisava. “Como trabalho na área, sentia falta de um serviço de agência voltada para pets.”
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A produtora afirma que começou aos poucos, fazendo o book do seu próprio cachorro, depois do de alguns amigos e, neste ano, ultrapassou a marca de 2.000 bichinhos cadastrados. Entrar na lista de modelos da agência, no entanto, não é para qualquer um. Se o dono quiser investir na carreira do seu companheiro, é necessário um teste fotográfico antes. “Marco um horário no estúdio para ver como o cão ou gato reage diante da câmera. Alguns são muito agitados ou se assustam com os flashes, então não são aprovados.”
O próximo passo rumo ao camarim é o book. A própria Cão Modelo oferece o serviço: 300 reais pela sessão, com direito a CD com 80 fotos e álbum com oito cliques em papel. “Geralmente, fazemos fotos em fundo neutro, que destaca os pontos fortes do bichinho”, conta Ana Paula. Em seguida, todos os dados — nome, raça, idade e habilidades do animal — são computados no banco da agência, e o pet fica, então, no aguardo de ser selecionado em algum casting.
Vida de modelo não é para qualquer focinho
A principal exigência para o pet ser selecionado é que ele seja dócil. “Os que não se dão bem com outros bichos nós até aceitamos, mas deixamos longe dos animais que estão no estúdio. Se o pet fica irritado ou agressivo perto de pessoas estranhas, não podemos incluí-lo na agência”, explica Ana Paula, que diz também ser importante que o mascote responda a comandos básicos, principalmente para trabalhos na televisão.
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Os modelos recebem cuidados. Preocupada com o bem-estar dos top models de quatro patas, a dona da Cão Modelo criou algumas regras, como a de que o bichinho não pode permanecer mais de quatro horas em estúdio. “Senão, ele fica estressado e cansado. É uma maldade com os animais.” Ana Paula diz que sempre acompanha de perto as sessões fotográficas e gravações para garantir que seus agenciados sejam bem tratados. Além disso, ela afirma levar água, petiscos e outros mimos para o “camarim” das estrelas.
Em um trabalho simples de foto, um pet modelo ganha um cachê de 100 a 500 reais. Se a sessão for feita em mais de um dia, o valor aumenta. O pagamento também é maior no caso de comerciais e participações na televisão, como em minisséries.

Imagem é tudo
Banho, tosa e pelo brilhante. Um cão ou gato modelo precisa estar sempre com o visual em dia. No entanto, deve haver cuidados: quando um pet for escalado, não é bom fazer os rituais de beleza no mesmo dia da sessão, pois isso pode deixar o modelo mais agitado ou cansado.
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O ideal é manter a tosa original da raça — alguns donos gostam de inovar a cabeleira do cachorro — e dar banho um ou dois dias antes dos cliques. Outro alerta: o dono deve sempre acompanhar seu animal de estimação no estúdio. É importante que o pet reconheça algum rosto familiar.
Mascotes exóticos também podem participar da brincadeira, já que esses bichinhos são cada vez mais requisitados em editoriais de moda e comerciais. O banco de dados da Cão Modelo já reúne mais de dez cobras, dez minicoelhos, cinco miniporcos, cinco calopsitas, duas tarântulas e uma coruja. Seja na tela da televisão ou nas páginas das revistas, há espaço para todos.