“Não tenho berço mesmo. Sou filho de garçom”, afirma Carlos Iglesias
Protagonista da briga no restaurante Gero (do grupo Fasano), o sócio do A Figueira Rubaiyat diz não se arrepender da confusão
O que aconteceu?
Cheguei ao Gero às 21h20. Sentei na barra (balcão), convidado pelo Ismael (maître da casa). Havia uma senhora loira a 1 metro de mim. Fiquei na barra uns trinta ou quarenta minutos, no celular. Não bebi.
Por que começou a confusão?
Mariana Junqueira e José Inácio Araujo chegaram às 21h50 e pediram mesa. O maître disse: não vamos servi-los (os restaurantes têm de fechar às 22h). Acho errado, porque eu estava no bar desde as 21h20. O José Inácio começou a arrumar confusão. Na sequência, essa loira diz: “Vá para a sua casa!” — em voz alta. O restaurante parou, deu aquele silêncio. Eu falei: “Quem é a senhora?”. Ela respondeu: “Sou a dona, retire-se daqui”. Era a mulher de Fasano filho (Denise, esposa de Fabrizio Fasano Jr). Soube porque eu e ele trocamos mensagens por LinkedIn, já que não tenho o telefone do Rogério (Fasano).
O que disseram?
Pedi que investigasse quem era a loira. Ele me devolveu uma mensagem grossa, mas teve medo de que eu a publicasse e apagou. Disse: a loira é minha mulher, você é um mal-educado, nunca mais apareça no Gero. Porra, o Fasano filho me falar isso?! Me desculpe!
Durante a confusão, fora do restaurante, o senhor disse: “Vou chamar ‘meu’ delegado”. Quem é “seu” delegado?
Senhor João Batista (Beolchi), corregedor da polícia do estado de São Paulo. Pessoas que nos protegem desde meninos no Rubaiyat. Ele mandou viaturas com um major e um coronel. E agora meu delegado está acompanhando tudo.
Num vídeo, o senhor também diz que “tinha berço”. O que quis dizer?
Ter berço é ter educação, falar boa-noite, obrigado. Eles não se retrataram. E vêm falar que não tenho berço? Não tenho mesmo! Sou filho de um garçom que veio pobre ao Brasil, mas, na minha concepção, tinha muito berço.
Se arrepende de algo?
Não me arrependo de nada. Ela falou o que quis e ouviu o que não quis.
O senhor tinha bebido?
Não bebi nada. O que eu tenho, vou lhe dizer, é stress. Venho há sete meses trabalhando como cachorro na Fazenda Rubaiyat, pagando a conta dos filhos nos EUA, pagando recesso dos funcionários com dinheiro do meu bolso. Reconheço que estou um pouco estressado.
Voltará aos restaurantes Fasano?
No momento, não. O Fasano filho não foi educado comigo. Eu não frequento restaurantes em São Paulo que não sejam o Rubaiyat e o Fasano. Mas, neste momento, não piso lá.
O OUTRO LADO
“Sorte que não estava. Teria enfiado a mão na cara dele”, diz Fasano Jr
Fabrizio, sócio do grupo Fasano (não atuante na gestão da empresa), teve a mulher no centro da polêmica e reage às declarações
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Publicado em VEJA São Paulo de 7 de outubro de 2020, edição nº 2707.