Audiência sobre ação da PM que deixou mortos em Paraisópolis é marcada para 2023
Operação ocorrida em dezembro de 2019 durante baile funk terminou com nove jovens pisoteados; 13 policiais são réus no processo
A Justiça marcou a primeira audiência do processo que apura operação da Polícia Militar em um baile funk no Paraisópolis, ocorrida em dezembro de 2019, que terminou com nove jovens mortos. A audiência de instrução, que é uma etapa antes do julgamento em que são ouvidas testemunhas, foi marcada para 25 de julho de 2023.
Segundo as investigações, os jovens, que tinham entre 14 e 23 anos, morreram pisoteados após agentes da PM terem fechado vias e encurralado pessoas que estavam no baile funk em uma rua sem saída. Depois, foram jogadas bombas, que teriam causado tumulto e asfixia nas vítimas, e algumas pessoas foram agredidas com golpes de cassetetes e bastões de ferro.
O processo tem 13 agentes como réus, e todos estão em liberdade. O Ministério Público de São Paulo (MPSP) denunciou 12 pelo crime de homicídio com dolo eventual, e um foi acusado do crime de “expor a vida ou a saúde de outros a perigo direto e iminente”, por ter soltado bombas.
Na decisão que marcou a audiência para julho de 2023, o juiz Ricardo Augusto Ramos, do 1º Tribunal do Júri de São Paulo, elenca 44 testemunhas que serão ouvidas, arroladas tanto pelos policiais quanto pelas vítimas e acusação. Como a lista é grande, a audiência deve ser dividida em vários dias, com a oitiva de 22 pessoas no primeiro dia e as outras em uma nova data que ainda será definida.
Em dezembro de 2021, dois anos depois do ocorrido, familiares das vítimas firmaram um acordo com a Procuradoria-Geral do Estado para serem indenizados. Os valores das indenizações foram mantidos em sigilo.