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Em greve, alunos da USP fazem manifestação no Largo da Batata

Estudantes reivindicam mais professores e aumento de bolsa de apoio

Por Agência Brasil
Atualizado em 26 set 2023, 22h22 - Publicado em 26 set 2023, 22h18

Estudantes da Universidade de São Paulo (USP) fizeram uma manifestação nesta terça-feira (26) no final da tarde para reivindicar a contratação de mais professores e o aumento da bolsa de apoio à permanência dos alunos nos cursos. 

A passeata teve início por volta das 17h30 na portaria principal da universidade, no bairro do Butantã, Zona Oeste da capital, e teve como destino o Largo da Batata, em Pinheiros.

Os estudantes pedem o aumento nos valores do programa de Apoio à Permanência e Formação Estudantil (PAPFE), que paga de R$ 300 a R$ 800 aos bolsistas.

“Os cursos têm demandas específicas de inúmeros professores que faltam. Por exemplo, na [Faculdade de] Letras é um absurdo, a gente precisa de quase cem professores para repor as perdas dos últimos anos”, afirma a estudante Mandi Coelho, membro do centro acadêmico da faculdade.

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O movimento busca também a reativação do gatilho automático para reposição dos docentes. “O mecanismo repunha a contratação quando acontecia falecimento ou aposentadoria [dos professores]. Esse sistema não existe mais. Então nós vamos gradualmente perdendo professores”, ressalta a estudante.

Segundo levantamento da Associação de Docentes da Universidade de São Paulo (Adusp), a universidade, que contava com cerca de 6 mil professores em 2014, tem agora cerca de 4,9 mil.

A Faculdade de Filosofia, Letras, Ciências Humanas e História (FFLCH) da USP, uma das mais afetadas pela falta de corpo docente, informou que, em abril de 2022, recebeu 57 cargos da atual reitoria para reposição das perdas de docentes ocorridas de 2014 a 2021.

Segundo a faculdade, as vagas serão preenchidas em três blocos, em 2023, 2024 e 2025. “Os concursos de 2023 estão sendo realizados de acordo com a agenda definida pela Assistência Acadêmica e pelos departamentos. No dia 30/08/2023, as vagas de 2024 e 2025 foram antecipadas para a realização dos concursos em 2024″, disse em nota.

“Isso obviamente gera sobrecarga de trabalho e compromete a formação dos estudantes, com falta de oferecimento de disciplinas”, explica a professora Michele Schultz, presidente da Adusp. “Os alunos não estão conseguindo se matricular nas disciplinas obrigatórias, porque não existem vagas. Há turmas com mais de cem estudantes, inclusive com gente sentando no chão.”

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Segundo Michele, as contratações anunciadas pela reitoria, que somam cerca de 800 profissionais, não suprem a necessidade da instituição. “Continua havendo perdas, as pessoas continuam morrendo, se aposentando, sendo desligadas por exoneração ou outro motivo. Desde janeiro de 2022, segundo o nosso levantamento, 305 professores deixaram a universidade”, ela diz.

Na última quinta-feira (21), quando os alunos decidiram, em assembleia, entrar em greve, a universidade informou que, em 2022, disponibilizou 879 vagas para a contratação de professores.

Em relação à permanência estudantil, a USP disse que, em 2023, mudou sua política de auxílio. Segundo a reitoria, os investimentos na área tiveram aumento de 58%: o valor do auxílio aumentou de R$ 500 para R$ 800, e os beneficiados com vaga no Conjunto Residencial da USP (Crusp) passaram a receber auxílio adicional de R$ 300.

“Além disso, os auxílios têm vigência durante todo o curso e todos os alunos têm direito à gratuidade nos restaurantes universitários. Por fim, foram concedidos, pela primeira vez, auxílios também para discentes de pós-graduação. A USP distribuiu, neste ano, 15 mil auxílios”, informou a reitoria.

A reitoria da USP foi procurada, mas não respondeu até o fechamento deste texto. O espaço continua aberto.

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