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Profissionais são especializados em tirar animais das rotas dos aviões

Agentes ambientais de Cumbica e Congonhas resgatam animais encontrados nos aeroportos

Por Fábio Lemos Lopes
Atualizado em 5 dez 2016, 13h55 - Publicado em 23 out 2014, 23h59
Equipe Congonhas
Equipe Congonhas (Mario Rodrigues/)
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No mês passado, Louis, um gato vira-lata, provocou um alvoroço no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos. Depois de chegar de um voo vindo de Dallas, nos Estados Unidos, o bichano escapuliu da caixa de transporte e sumiu de vista. Desesperados, seus tutores chegaram a implorar autorização para procurá-lo na área proibida aos passageiros, mas o pedido acabou sendo negado. Foram para casa achando que nunca mais o veriam. Uma semana depois, no entanto, receberam uma ligação e a informação de que o sumido havia sido localizado. Uma equipe especializada, que fica de prontidão no lugar para resolver problemas envolvendo animais, flagrou o felino passeando por um gramado perto da pista. Depois disso, com a ajuda de uma armadilha, conseguiu capturar o fujão. Foi preciso um pouco de ração e uma dose de paciência.

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Esse tipo de missão fica aos cuidados de Ana Cristina Alexandre Queiroz, coordenadora de meio ambiente e controle de fauna de Cumbica. Ela chefia um time formado por uma veterinária, uma bióloga e seis técnicos. Dividido em três turnos de trabalho, o grupo fiscaliza o pedaço durante 24 horas. O trabalho inclui desde afugentar aves que atrapalham o tráfego até afastar dali capivaras e outros bichos maiores quando eles resolvem invadir as áreas de operação. O serviço começou em 1985, na mesma data de inauguração do aeroporto. Na época, apenas servia para monitorar os pássaros. Em 2001, passou também a ficar de olho em mais espécies.

Atualmente, os profissionais do setor efetuam 91 capturas por ano. “Recentemente, encontramos por aqui um cágado-preto, bicho raro de ver nesse tipo de região. Deve ter fugido de algum cativeiro”, conta o presidente do Aeroporto Internacional de Guarulhos, Antonio Miguel Marques. O animal estava perdido no entorno da pista. Depois de resgatado, foi avaliado e encaminhado para o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres da prefeitura de São Paulo.

 

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Atividade semelhante acontece em Congonhas, onde a bióloga Mariane Biz Silva comanda uma equipe formada pelo veterinário Valdizar Albuquerque e Silva Junior e por três estagiários. Desde agosto de 2013, o grupo atua no local de segunda a sexta, das 7h30 às 17 horas. Eles vigiam o aeroporto com uma viatura e utilizam outros equipamentos, como binóculos. Quando não estão por lá, podem ser acionados para comparecer ao lugar em caso de necessidade. “No último fim de semana, por exemplo, resgatei um filhote de urubu que estava dentro de um ninho construído próximo da pista”, afirma Mariane.

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A turma realiza quase trinta atendimentos Mariane e o veterinário Silva Junior: gaiolas e urubu empalhado Cachorro e coruja resgatados em Congonhas: trabalho de prevenção de acidentes por ano. As aves representam um dos principais problemas na rotina dos aeroportos. Para afugentarem os invasores, os especialistas usam recursos como explodir rojões. “Nossa ideia agora é pôr um urubu empalhado no entorno da pista para intimidar o voo de alguns pássaros e até mesmo de outros urubus no pedaço”, diz a chefe do serviço.

Além de salvar a vida dos bichos em zonas de risco, o curioso trabalho desses profissionais tem como objetivo reduzir o risco de acidentes com passageiros e tripulantes. As companhias aéreas gastam, em média, 8,2 milhões de dólares por ano com a manutenção das aeronaves por causa de colisões com animais, de acordo com levantamento do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). Em 2013, ocorreram 1 739 casos do tipo no Brasil, a maioria deles, felizmente, sem consequências mais graves. Guarulhos e Congonhas concentram cerca de 10% desses problemas, uma taxa pequena, considerando que estão entre os campeões de tráfego nacional. É um efeito direto do eficiente trabalho dos agentes ambientais dos aeroportos.

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