3 perguntas para… Irandhir Santos
A fala mansa, o físico miúdo e o jeito tímido escondem um intérprete mutante
Pernambucano de 31 anos, o ator Irandhir Santos ainda é um nome pouco conhecido do grande público. Entre cineastas e produtores de cinema, porém, ele está com tudo. A fala mansa, o físico miúdo e o jeito tímido escondem um intérprete mutante, capaz de se transformar num gigante em cena — vide sua participação maiúscula em Besouro. Além de narrar o documentário experimental ‘Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo’, já em cartaz, ele quase ofusca os companheiros na comédia ‘Quincas Berro d’Água’, dirigida por Sérgio Machado e com estreia prevista para dia 21.
O diretor Sérgio Machado disse que escolheu você porque recebeu recomendações de dez pessoas da área. De onde vem tanto prestígio? Da dedicação e da imersão no trabalho. O set de filmagem é um lugar propício para a dispersão. Acho que eu trouxe do teatro a concentração. Por isso, quem me olha de fora talvez tenha um respeito maior e não queira me incomodar. Mas isso não quer dizer que eu esteja alheio ao que acontece ao meu redor. Quanto mais mergulhado no personagem, mais atento eu fico.
Por que um ator tão elogiado como você não faz televisão? Em 2007, atuei na minissérie A Pedra do Reino. Nem considero um trabalho de TV porque o tempo era de teatro e o tratamento de imagens, de cinema. Depois disso, quando a Globo me fez convites, eu já estava comprometido com algum cineasta. Sempre houve choque de datas. Pelo que me falam, o ritmo dos programas e das novelas é aceleradíssimo. Tenho vontade de fazer televisão, mas sinto que haveria uma grande dificuldade de adaptação.
Então, o que você pegaria hoje: um personagem no teatro ou um papel numa novela? Eu não piso num palco desde que o cinema tomou um espaço maior na minha carreira, há três anos. Sinto um buraco no coração e quero voltar para o teatro. E lá no Recife! A TV virá com o tempo.