Netflix merece parabéns pela ousada série inclusiva Special
Cotidiano de um gay com paralisia cerebral, interpretado pelo criador Ryan O’Connell, não cai no vitimismo e coloca humor no drama
Quem me conhece, sabe que, com o pouco tempo que me resta para ver algo no streaming, dou preferência a filmes – séries, em geral, são muito longas. Mas fiquei curioso com a proposta de Netflix em fazer um seriado estrelado por um gay com paralisia cerebral. E, desde já, vale o elogio: parabéns Netlfix pela série inclusiva Special.
Seu criador, Ryan O’Connell, é igual ao personagem que interpreta: um gay com paralisia cerebral. Há qualidades nos oito episódios estrelados pelo autor. Ele interpreta Ryan Hayes, de 27 anos, que esconde sua condição culpando um atropelamento pelo fato de mancar e ter deficiência na coordenação motora. Ao descolar um estágio num site, escreve sobre o acidente e se dá bem no emprego. Ao mesmo tempo, quer sair do “ninho” da mãe.
Os episódios, ainda bem, são curtos: têm cerca de quinze minutos. Digo isso pela facilidade e rapidez em assistir – é o tempo, por exemplo, de um longa-metragem de duas horas. O’Connell dá conta do recado com revelações, ousadias e confissões do protagonista, temperadas com humor.
A ousadia maior está numa cena de sexo quase explícita e as verdades vêm à tona a todo instante, seja pela ausência de amigos de Ryan numa festa ou por ele precisar contratar um garoto de programa para perder a virgindade. Confesso: tenho problemas com séries que deixam várias pontas soltas – e Special tem várias. Aguardo, portanto, a segunda temporada.
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