Teorema 21
![teorema21.jpeg](https://gutenberg.vejasp.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/11/teorema21.jpeg)
- Direção: Luiz Fernando Marques
- Duração: 75 minutos
- Recomendação: 18 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.
![Inspirada em Pasolini: nova montagem do grupo XIX de Teatro Inspirada em Pasolini: nova montagem do grupo XIX de Teatro](https://gutenberg.vejasp.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/11/teorema21.jpeg?quality=70&strip=info&w=920&w=636)
![Teorema 21 Teorema 21](https://gutenberg.vejasp.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/11/teorema-21_332_credito-cherri.jpeg?quality=70&strip=info&w=816&w=636)
![Inspirada em Pasolini: nova montagem do grupo XIX de Teatro Inspirada em Pasolini: nova montagem do grupo XIX de Teatro](https://gutenberg.vejasp.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/11/grupo-xix_teorema-21_foto-jonatas-marques-21b.jpeg?quality=70&strip=info&w=919&w=636)
![Serruya, Juliana, Janaina e Celestino: rotina quebrada por um estranho Serruya, Juliana, Janaina e Celestino: rotina quebrada por um estranho](https://gutenberg.vejasp.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/11/grupo-xix_teorema-21_foto-jonatas-marques-31b-jpg.jpeg?quality=70&strip=info&w=919&w=636)
Sediado na Vila Maria Zélia, o Grupo XIX de Teatro retoma o diálogo com a arquitetura da antiga vila operária do Belém. O novo espetáculo, Teorema 21, é encenado nas ruínas da escola, hoje desativada, onde estudavam os filhos dos moradores no começo do século passado. A degradação da instituição colabora para fortalecer a metáfora da adaptação criada por Alexandre Dal Farra em torno da obra homônima do cineasta italiano Pier Paolo Pasolini (1922-1975) dirigida por Luiz Fernando Marques. Se a ambientação remete ainda às arenas das tragédias gregas, o ótimo elenco adota um realismo extremo para mostrar a derrocada moral sem freios de uma família burguesa. No drama, um casal (interpretado por Ronaldo Serruya e Juliana Sanches) volta com os filhos (vividos por Bruna Betito e Paulo Celestino) e a empregada (a atriz Janaina Leite) ao seu antigo lar e nada parece surpreender a rotina. A chegada de um estranho (o ator Rodolfo Amorim), que seduz um a um dos moradores, gera um atrito irremediável nessas relações. O clima de tensão não dá trégua ao espectador, assim como a crueza das cenas de violência e sexo. Em registros calculados, os atores dosam cada uma dessas intensões, evoluindo da apatia para a perplexidade até chegar algumas vezes ao desespero. Mesmo que os artistas transitem em torno do público, acomodado em banquinhos no cenário, o diretor Luiz Fernando Marques teve o cuidado para que não haja uma interação maior. A mensagem já é forte e pesada o suficiente para se exigir mais do espectador. Estreou em 22/1/2016.