Romeu e Julieta – Núcleo Experimental

Resenha por Dirceu Alves Jr.

Escrita entre 1591 e 1595, Romeu e Julieta se tornou uma das maiores referências da obra teatral de William Shakespeare. Tão forte quanto o obstáculo que alimenta e potencializa a paixão entre os dois jovens, está a ideia de amor interrompido, que não tem tempo para passar pelas adversidades dos relacionamentos humanos, sejam estes de que época forem. Quais seriam os obstáculos ao amor no século XXI? Zé Henrique de Paula adapta do original de Shakespeare e dirige essa nova versão do clássico com o elenco do Núcleo Experimental. Num espaço abandonado de uma grande cidade qualquer (pode ser a São Paulo de Marco Feliciano ou a Moscou de Vladimir Putin), sete jovens estudantes de teatro resolvem passar a noite ensaiando Shakespeare e se revezam nos papeis de Romeu e Julieta. Na medida em que a peça avança em direção ao seu desfecho trágico, a ficção e a realidade se misturam; o espaço e o tempo se relativizam, abrindo caminho para a violência, a paixão, o poder e a morte. Ao final, a peça é ainda mais real do que todos poderiam imaginar. Estreou em 7/10/2016.