Kandinsky – Tudo Começa Num Ponto
- Ano: 2015
Resenha por Fernando Masini
Duas telas dispostas lado a lado na mostra Tudo Começa num Ponto traduzem bem como Kandinsky (1866-1944) trabalhava as cores para expressar sentimentos como alegria e tristeza. Na primeira delas, Dois Ovais (1919), tons vibrantes de amarelo, azul e vermelho saltam aos olhos do visitante numa composição abstrata, mas com objetos reais escondidos nas pinceladas, como cúpulas de igreja e barcos. Em Crepuscular (1917), por outro lado, o pintor russo carrega na paleta escura, de fundo marrom, como se quisesse deixar clara a sua angústia. Não espere, portanto, pinturas frias só porque são abstratas. “Ele foi único em dar expressões gráficas a emoções”, diz Rodolfo de Athayde, diretor-geral da montagem que ocupa o CCBB. Nascido em 1866 e filho de um mercador de chá na Sibéria, o artista foi fortemente influenciado por rituais xamânicos da região, aspecto presente tanto nos quadros quanto nas peças que integram o conjunto, entre elas colares e máscaras. É bom avisar que, apesar de ser o tema da mostra, parte das 150 obras em cartaz não é de autoria de Kandinsky. Há itens de outros pintores russos que viveram na mesma época, caso de Mikhail Larionov, Nikolas Roerich e Vassily Ivánovitch Deníssov. Desse último, a monumental O Fundo do Mar (1907), de 2 metros de altura, rouba a atenção em uma das salas. A importância de Kandinsky na história da arte, como um dos precursores do abstracionismo, é justificada numa montagem abrangente, minuciosa nas informações e visualmente deslumbrante. De 8/7/2015. Até 28/9/2015.
Evite filas: a organização da montagem recomenda o agendamento de horário de visita pelo site ou aplicativo do Ingresso Rápido (www.ingressorapido.com.br).