Consertando Frank
- Direção: Marco Antônio Pâmio
- Duração: 85 minutos
- Recomendação: 14 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.
Bom mesmo é o teatro capaz de espelhar na ficção elementos da realidade sem maiores esforços. Escrito em 2001 pelo americano Ken Hanes, o drama dirigido por Marco Antônio Pâmio parece ter saltado dos recentes noticiários para promover um amplo debate de ideias. Chico Carvalho interpreta o jornalista Frank Johnston, acostumado a abordar temas frívolos em suas reportagens. Persuadido pelo namorado, o psicólogo Jonathan (papel de Rubens Caribé), ele disfarça-se de paciente a fim de denunciar um psicoterapeuta (representado por Henrique Schafer) que teria desenvolvido um método de reversão da homossexualidade. Não demora a perceber que em tudo há dois pesos e duas medidas e, muitas vezes, ele mesmo é vítima de manipulação em sua rotina pessoal. Se, à primeira vista, a sinopse sugere um prato cheio para despertar polêmicas ou levantar bandeiras, a montagem resulta em um painel abrangente sobre o comportamento humano. A falada “cura gay” é só uma entre tantas questões retratadas pelo bom trio de atores. Vigoroso, Carvalho transforma-se gradualmente, de acordo com as perturbações dos personagens. Caribé alterna carisma e dissimulação, enquanto Schafer defende com tal empenho o personagem mais difícil do texto que chega a convencer o público de suas motivações. Estreou em 7/3/2015. Até 13/3/2016.