Ciclo
- Ano: 2014
Resenha por Laura Ming
Em tempos de Bienal, a cidade começa a se encher de boas atrações. Um das melhores pedidas é a mostra Ciclo, inspirada na produção de Marcel Duchamp. Há 101 anos, o artista francês colocou uma roda de bicicleta em cima de um banquinho e afirmou que aquela composição era arte. Nasceram dali os ready mades, trabalhos feitos a partir de produtos industrializados. Na exposição, com curadoria de Marcello Dantas, estão peças de catorze artistas de diferentes países que usam objetos do cotidiano como matéria-prima e dão a eles novos significados. A portuguesa Joana Vasconcelos mistura exuberância e intimidade em A Noiva, um lustre composto de 20.000 absorventes femininos. Para abordar a decadência dos ideais americanos, Petah Coyne expõe uma peruca grisalha de 3 metros de altura, surpreendentemente confeccionada a partir de um trailer da década de 50 que virou um emaranhado de fios de aço após passar por uma máquina de reciclagem. Não faltam números superlativos, caso da instalação montada com 100.000 palitos de dente e outra que precisou de 700.000 copos plásticos — todas com um efeito visual fascinante. No dia 6 de setembro, novos itens foram incorporados à seleção. Entre eles a escultura Gumhead, do canadense Douglas Coupland, na qual o público poderá colar chicletes, e a maquete de São Paulo construída com doces e balas pelo chinês Song Dong. De 23/8/2014. Até 27/10/2014.
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