Chacrinha, o Musical
- Direção: cênica de Andrucha Waddington e musical de Délia Fischer
- Duração: 135 minutos
- Recomendação: 12 anos
- Ano: 2015
Resenha por Dirceu Alves Jr.
Os musicais biográficos firmaram-se como filão aparentemente infalível. Contar a vida de um artista de forma atraente e principalmente criativa, porém, passa a ser o desafio desse tipo de produção. Longe da narrativa linear guiada por uma cronologia, Chacrinha, o Musical, escrito por Pedro Bial e Rodrigo Nogueira, vai para o trono, como diria o Velho Guerreiro em seus programas. Dirigido por Andrucha Waddington, o espetáculo acerta ao mostrar de que forma Abelardo Barbosa (1917-1988) se tornou um dos mais populares comunicadores do Brasil. Para isso, a trama é centrada em duas visões do protagonista que permeiam a montagem. Por intermédio do jovem Abelardo (representado por Leo Bahia), são explicadas as raízes pernambucanas e sua batalha para se firmar profissionalmente. Já o consagrado animador de auditório (interpretado por Stepan Nercessian) surge através de contornos psicológicos que contrastam a fragilidade na intimidade com o espírito festivo e destemido diante do público. Impecável, Nercessian reproduz a alma do biografado apoiado na voz rouca e na postura, mas principalmente ao encantar a plateia com seus improvisos. Tamanha identificação não ofusca o trabalho de Bahia, surpreendente ao se desdobrar com relativa facilidade entre a infância e a vida adulta do personagem. Setenta canções estouradas nos programas de Chacrinha ganham a cena. Completam o elenco 23 atores, na pele de personalidades como o empresário Boni (interpretado por Saulo Rodrigues) e a jurada Elke Maravilha (papel de Mariana Gallindo). Estreou em 27/3/2015. Até 26/7/2015.