Callas
- Direção: Marília Pêra
- Duração: 60 minutos
- Recomendação: 12 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.
Caso você pense no drama Callas como um passatempo, não ficará desapontado. A montagem dura uma hora, é bem produzida, e os ponteiros do relógio correm sem dificuldade. Escrita por Fernando Duarte, a peça, no entanto, revela-se ambiciosa por si só. Afinal, cria uma situação fictícia para retratar os últimos momentos de vida de Maria Callas (1923-1977), o maior nome feminino do canto lírico, e aí surge o tropeço. Nocauteada por conflitos pessoais e profissionais, a estrela da ópera (interpretada por Claudia Ohana) viveu os últimos anos isolada. Em um encontro com um jornalista (papel de Cássio Reis), ela relembra glórias, amores e tristezas, esboça um livro e troca de figurino muitas, muitas vezes. O ponto de partida é pouco criativo. Apoiar o texto em uma entrevista já foi algo bastante explorado como recurso dramatúrgico, e a direção conservadora de Marília Pêra não reverte a situação. Se Claudia Ohana não apresenta a tragicidade da protagonista, traz à tona certa ironia e carisma. Reis, porém, mostra-se pouco à vontade e inseguro, principalmente na segunda metade do espetáculo. Estreou em 11/9/2014. Até 9/11/2014.