Bilac Vê Estrelas
- Direção: João Fonseca
- Duração: 100 minutos
- Recomendação: 12 anos
- Ano: 2015
Resenha por Dirceu Alves Jr.
Eles são raros, mas, bem de vez em quando, surge um musical inédito que pode ser definido como brasileiro por excelência. Baseado no romance homônimo de Ruy Castro, Bilac Vê Estrelas traz uma dramaturgia criada por Heloisa Seixas e Julia Romeu e quinze composições inéditas do sambista Nei Lopes, a maioria de fôlego para ter vida útil além da encenação. A história fictícia, ambientada em um Rio de Janeiro que sonha em ser a Paris dos trópicos, é protagonizada pelo poeta Olavo Bilac (interpretado por André Dias). Em meio a convescotes na Confeitaria Colombo, o autor parnasiano se envolve em uma trama que o relaciona a um ambicioso padre (papel de Caike Luna) e uma falsa espiã portuguesa (a atriz Amanda Acosta). A dupla almeja roubar o projeto de um dirigível inventado pelo jornalista José do Patrocínio (papel de Sérgio Menezes). Entre a chanchada e a comédia ligeira, ingredientes policiais tomam conta da montagem dirigida por João Fonseca para o deleite do público. O talento de onze atores e três instrumentistas se sobrepõe à simplicidade dos cenários e das coreografias. No ápice do espetáculo, a atriz Alice Borges, como a impagável cartomante Madame Labiche, consegue a proeza de fazer a plateia decorar rapidamente os versos e acompanhá-la em coro na música Canção Cigana. Estreou em 29/5/2015. Até 26/7/2015.