A Melancolia de Pandora
- Direção: Steven Wasson
- Duração: 70 minutos
- Recomendação: 10 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.
Parceria de americanos, franceses e brasileiros, A Melancolia de Pandora é um daqueles espetáculos que ganham força na lembrança do espectador com o correr dos dias. O drama escrito e dirigido por Steven Wasson, do Theatre de l’Ange Fou, grupo criado em Paris e sediado em Londres, privilegia o teatro físico para abordar um tema difícil de ser levado ao palco sem um peso excessivo: a depressão. Para alcançar sucesso em tal objetivo, a composição impactante de Bete Coelho é fundamental. Como em um balé, a atriz domina os movimentos de corpo e modula a voz na interpretação de uma mulher sob os cuidados de um médico (o ator André Guerreiro Lopes) e seu assistente (Ricardo Bittencourt). Sua identidade é indefinida, e ela luta para organizar seus fragmentos de memória em busca de uma nova vida. Cabe a um anjo (representado por Djin Sganzerla) ajudá-la na reconstituição do passado com base nos rastros deixados por um rapaz por quem teria se apaixonado na juventude. As muitas simbologias aliadas a um forte subjetivismo imprimem uma força poética que, primeiro, seduz o público com as belas imagens para, depois, enredá-lo no problema discutido. Estreou em 15/7/2016. Até 7/8/2016.