1917
- Direção: Sam Mendes
- Duração: 119 minutos
- Recomendação: 14 anos
- País: Reino Unido, Estados Unidos
- Ano: 2019
Resenha por Miguel Barbieri Jr.
Não é preciso ir muito longe. Tanto os vinte minutos iniciais de O Resgate do Soldado Ryan (1998), de Steven Spielberg, quanto Dunkirk (2017), de Christopher Nolan, jogavam o espectador numa imersão na II Guerra. 1917 aumenta o calibre da experiência com técnica superlativa. Como se fosse um único plano-sequência e em tempo real, o filme, que tem dez indicações ao Oscar e é um dos favoritos para ganhar o prêmio principal, leva a plateia a acompanhar a jornada de dois soldados na I Guerra, conflito menos explorado no cinema. O roteiro é simples e foi extraído das histórias que o avô do diretor Sam Mendes contava. Há poucas explicações sobre o fato histórico. Sabe-se que o ano é 1917 e os ingleses estão em território francês lutando contra os alemães. Lance (Dean-Charles Chapman, de Game of Thrones) recebe ordem de um superior para atravessar as linhas inimigas e chegar até um batalhão de aliados. Lá, precisa fazer um alerta para suspender um ataque contra os inimigos. Caso não alcance o destino a tempo, mais de 1 600 homens vão perder a vida, incluindo seu irmão. Para acompanhá-lo na angustiante missão, o jovem escolhe o amigo Schofield (George MacKay). A partir daí, a câmera fabulosa do diretor de fotografia Roger Deakins, catorze vezes indicado ao Oscar e vencedor por Blade Runner 2049, é praticamente colada atrás e à frente da dupla. Passando entre trincheiras e observando a devastidão da guerra, eles precisam superar obstáculos para atingir o objetivo. Mesmo sem a criatividade do roteiro de Dunkirk (que se desenrolava em três tempos distintos), o longa-¬metragem cumpre seu papel com brio e expõe as dificuldades em produzir algo tão milimetricamente calculado. Direção: Sam Mendes (EUA/Inglaterra, 2019, 119min). 14 anos. Estreou em 23/1/2020.